Sabe aquela coisa que o decorrer é melhor que o fim? Vou explicar melhor. Sabe a sensação de se preparar para uma coisa, curtir o antes, o caminho, o decorrer de um acontecimento, de uma festa ou de uma viagem. Por exemplo, uma festa muito esperada.
Para algumas pessoas o prazer começa quando se compra o convite, depois tem todos os comentários com os amigos, a preparação, escolher a roupa, se arrumar. Enfim, essa ansiedade que faz com que a preparação seja tão prazerosa quanto a festa em si. Se não for mais prazerosa que a própria festa. Este mesmo exemplo pode ser dado quando se fala de algumas viagens, quando se trata de ir a um lugar muito marcante. Coisas do tipo.
Aí que no mundo da ficção muitas vezes essa sensação se extende. Tem muita coisa que se vê por aí para saber como é o fim, como termina. Quando se lê um livro ou assiste um filme para saber se o cara morre no final ou se a mocinha vai ficar com o mocinho. O que interessa é o fim.
Tem histórias de ficção que seguem a mesma linha, quando os escritores contam o fim sem respeitar ordem cronológica. Mesmo assim as pessoas vão até o final. Não param de ler o livro ou assistir o filme. Pois querem saber o que foi feito para se chegar naquele final. Isso acontece com Machado de Assis. No começo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o personagem escritor conta o final do livro, dizendo que morre. Mas a beleza do livro não está apenas em saber isso, tem que aproveitar toda a história.
Isso tudo porque hoje é dia de Lost. Quem está assistindo a quinta temporada da série sabe que um dos personagens mais importantes, John Locke, morreu. Hoje, de acordo com um dos promos apresentados o episódio mostra como John Locke morreu. Um exemplo desses, onde o que interessa é saber como o cara morreu, o caminho da morte, o porquê. Que ele morreu sabemos, mas só isso não interessa, queremos ter o prazer de acompanhar os acontecimentos.
É daqui a pouco, onze da noite, numa boa conexão de internet, num canal que se descobre por aí.
Continue lendo >>