Aproveitando e rodando
Sabe que vez em quando eu tenho a sensação de escrever uns textos e simplesmente achar que não vou usar pra nada.
Alguns desses textos são feitos para esse blog, outros por aí.
Um deles foi pra uma aula de Teorias da Comunicação sobre um assunto muito pesado, porém muito interessante. Acho que pra ele num ser inútil, uma chance pra ele e ficar nesse blog. Vai que alguém lê.
Boa viagem.
Logo mais eu volto.
A tribalização (ou bacia semântica do século XXI)
A passagem do século XIX para o XX trouxe mudanças drásticas na formação da sociedade ocidental. Drásticas ao ponto de influenciar até mesmo as formas de vida e formação de grupos sociais no século XXI. Falar dessas mudanças leva a lembrar de Foucault, que cita a noção de episteme para formatar com embasamento essas idéias.
Peça chave para isso vem da noção de que representação e organização social tem um aspecto de mão dupla, algo que modela profundamente as representações sociais e com conseqüências sobre a organização social, sem ser algo pensado para ser como tal, na idéia chamada por Gilbert Durand de bacia semântica, inspirada no inconsciente coletivo de Jung.
Seriam as mudanças na sociedade do século XXI resultado das mudanças sociais da mudança do século XIX para o XX uma dessas idéias colocadas, a da bacia semântica. Depois disso, passa-se a questionar a idéia de passagem de uma episteme para outra, como aconteceria essas mudanças, que chegaram do fim do século XIX ao começo do XXI.
Para tal é preciso compreender um conjunto social, em primeiro lugar, em função de sua temporalidade. Se ele sobressai suas atenções no passado, presente ou futuro. As sociedades tradicionais voltam-se para suas tradições, o passado; enquanto outras retratam o presente ou o futuro.
A sociedade moderna refere-se ao futuro, com pensamentos no progresso. Essa idéia começa já com a partir do século XVII, com a filosofia hegeliana, com diversas análises de filósofos e sociólogos, como Augusto Comte. O hoje vale apenas em função do amanhã.
Outro elemento constitutivo da modernidade é o domínio do homem sobre o mundo e sobre si mesmo. O homem aprende com os outros e ter uma identidade dominada por si mesmo. Esse aprendizado se dá de forma natural, sem necessidades de especificações ou declarado aprendizado, é algo absolutamente natural do ser humano.partindo dessas idéias fica a noção de individualismo como expressão teórica da modernidade.
O individualismo na sociedade é algo que sempre existiu pois o homem sempre teve vontades e idéias fixadas como suas, mas em partes essas idéias foram potencializadas a partir já de Descartes, com sua célebre frase: “Penso, logo existo.” Isso passa em demais períodos históricos, como na Reforma, onde a divindade mítica deixa de ser algo coletivo, com a introdução do livre-arbítrio, só pra citar dois exemplos.
A modernidade ainda levou a mudanças sociais, sem teorização, como friza Mafessolli, mas que são características importantes do momento contemporâneo. A sociedade parece estar cansada do Estado-nação, as instituições formadas socialmente no século XIX, como a família, a instituição médica e a universitária se tornaram porosas nestes tempos. Até mesmo as ideologias formadas são idéias saturadas na sociedade.
A modernidade ainda levou a mudanças sociais, sem teorização, como friza Mafessolli, mas que são características importantes do momento contemporâneo. A sociedade parece estar cansada do Estado-nação, as instituições formadas socialmente no século XIX, como a família, a instituição médica e a universitária se tornaram porosas nestes tempos. Até mesmo as ideologias formadas são idéias saturadas na sociedade. O homem passa assim a ter formações de idéias de identidades e identificações múltiplas, onde todas as idéias em processo de deformação são compartilhadas entre determinados novos grupos sociais. Esses grupos criaram assim e seguem modas determinadas para a formação dessas idéias. São as formas comunitárias, os microconjuntos, a fragmentação que resulta na formação do individualismo. Esses indivíduos resultam no fenômeno da tribalização da sociedade.
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