À flor da pele

Dois momentos cruciais marcaram os jogos olimpícos de Pequim para o Brasil. Um na sexta ainda e outro hoje de manhã. Na sexta o Brasil levou sua primeira medalha de ouro na natação em todos os tempos, e a primeira medalha de ouro desses jogos, com a vitória de César Cielo nos 50m livre. A prova foi por volta das 23h30. Hoje de manhã, por volta das sete da manhã foi a vez de ver Diego Hypólito na final da ginástica masculina.
Pena que o resultado não foi o mesmo... O que era uma certeza se transformou numa decepção pra todos, pois ele escorregou no último momento e acho que até agora não entendeu o que aconteceu. Estava com a mão na medalha... uma pena.
O destaque desses dois momentos é o quanto o povo brasileiro pode ficar feliz com tudo isso. São dois esportes que não têm uma tradição de grandes torcidas no Brasil, pelo menos nem se comparam com a mobilização que acontece na Copa do Mundo de Futebol de quatro em quatro anos... Mesmo sem tradições os brasileiros vibraram muito com a conquista da medalha de ouro. Foram vinte segundos de pura ansiedade e o grito de alegria no final. E não foi só entre meus amigos não, muita gente por aí vibrou muito, como se fosse o penalti que tivesse dado a vitória no final da Copa...
E hoje de manhã aquela decepção, aquele frio na espinha, aquela sensação ruim. Tudo isso ao ver o tropeço de Diego Hypólito. Que horrível, isso sim parecia que quem marcou o penalti foi o adversário e que o Brasil teve que ficar com o segundo lugar, que a Argentina fez o gol e tudo mais de ruim.
Sentimentos que a gente só sente no futebol e que aos poucos vejo que mais gente tem sentido por outros esportes, como o volei. Muito disso pode ser por causa das transmissões que a Globo vem fazendo, que englobam mais e mais esportes...
Agora fica nossa torcida pra que nessa semana mais desses aconteçam, que os nervos fiquem a flor da pele, com mais medalhas, com mais vitórias.

Imagens: à esquerda César Cielo na Muralha da China mostra suas medalhas de bronze e ouro, conquistadas em Pequim. À direita Diego Hypólito no chão parece que não acredita no que aconteceu. Créditos das fotos: do César é da Agência Lance e do Diego é do Marcelo Pereira. Ambas são do site do Terra.