Desde que Michael Jackson morreu este que vos bloga tem pensado muito na música pop, na cultura pop e não tem conseguido escrever nada a não ser recomendar os infinitos vídeos e fotos e links relacionados a Michael. Coisas que estou lendo, ouvindo e assistindo esses dias todos.
Como já disse anteriormente, este que vos bloga sempre usa deste espaço para falar o que ando lendo, vendo, assistindo. Eu escrevo, informo, leio, recomendo, tudo no mesmo espaço. Acredito que seja realmente bacana as pessoas entrarem aqui e poderem se informar, saber de coisas que estão acontecendo por aí de maneira organizada, resumida, com um ponto de vista. Em ocasiões especiais faço isso com bastante afinco e informação, com direito a live blogging, muitos posts feitos com grande velocidade e tals. Vale destacar que em ocasiões que EU acredito que sejam especiais, relevantes, interessantes, importantes e outros "...antes".
Quinta-feira morreu em Los Angeles o Rei do Pop Michael Jackson. A notícia saiu primeiro nosite de fofocas americano TMZ, por volta de 18h00 no horário de Brasília. Na hora que a notícia saiu eu estava aqui sentado nesta mesma cadeira, em frente a este computador, dando aquela zapeada pelo twitter. Confesso que naquele dia passei a tarde fora de casa e nem ao menos sabia que Michael havia sido internado. As primeiras informações que obtive levaram direto à morte dele.
Em outras situações, aproveitaria que estava na internet pra ler, me informar e ao mesmo tempo postar tudo aqui no highpop, claro. Mas não consegui. Pela primeira vez iria lidar ao vivo com a morte neste blog. Não estava preparado pra isso. Talvez se fosse outra personalidade conseguiria, mas era o Michael. O máximo que consegui foi às 19h10 foi falar, vamos ver Thriller? Não consegui mais que isso. Um pouco depois coloquei mais algumas informações, mas nada relevante e suficiente para que alguém se informasse sobre o assunto. Mesmo tendo ficado sentado aqui por horas e horas.
E até agora não consigo descrever o porquê disso.
Nunca conheci Michael pessoalmente, nunca conheci ninguém que fosse ao menos amigo de um conhecido de um vizinho dele. Nada que chegueperto do cara. Como pode alguém sentir algo assim por uma pessoa distante "fisicamente"?
Mas ele era o Rei do Pop, e não é a tôa. Lembro de Michael permeando e presente na minha infância, na minha TV, nos meus primeiros contatos com o mundo pop, com a cultura pop. O pop seria outra coisa sem o Michael, eu seria outra coisa sem o Michael.
Quando criança lembro de ter medo de Thriller. Medo ao ponto de ficar com pensar que poderia sonhar com os monstros saido de dentro de suas tumbas. Ao mesmo tempo ficava sempre vidrado, fascinado com aquela dança esquisitóide. Que é aquilo, velho? É sensacional!!! Sempre quis aprender a fazer aquilo e quando criança, numa época em que a gente ainda não tem a distinção do que pode ser ridículo ou não, tentava fazer aqueles passos de amendrontar os outros, mas nunca nem cheguei perto dele, claro.
E Moonwalker? Um filme presente nas sessões de filme da TV aberta, onde Michael salva o mundo e que eu vi muito, sempre aproximando um pouquinho ele ao meu mundo.
Depois, quando fui ganhando cada vez mais a consciência de quem era Michael, da sua importância, assisti a um especial de fim de ano da Globo com Michael num show da turnê History World Tour. E cada vez mais Michael deixou de ser apenas o cara do Moonwalkwer, que sempre me fascinou. Como ele conseguia fazer aquilo? Por que ninguém mais consegue fazer um moonwalk tão perfeito? Com o tempo fui entendendo do que se tratava Michael Jackson e sua importância no mundo da cultura pop mundial. No quanto Michael é o cara da música, da indústria cultural, do pop.
Cá entre nós sempre achei um absurdo o que tanta gente falava de Michael Jackson relacionado à pedofilia e outras maluquices do cara. O que ganhamos falando que o cara foi ou não pedófilo? Pois na cabeça de muita gente Michael era o terror das criancinhas. E sem nem saber ao certo quem era o cara, sem saber o contexto da história toda.
Em 2003 foi lançado Living With Michael Jackson, o documentário que mostrou o quanto Michael era um cara excêntrico e cheio de problemas e que comprou dois vasos enormes por 500 mil dólares. Sair por aí falando que ele era maluco era muito fácil. Pesquisar sobre a história dele aí ninguém teve paciência de fazer.
É importante lembrar que Michael cantava desde os 5 anos, nos Jackson 5, e que ele apanhava de seu pai. E por isso nunca Michael foi um cara feliz. Desde sempre Michael foi um sujeito triste, que só era famoso no palco, na hora que estava cantando, dançando, com o público por perto. E mesmo não sendo feliz, Michael produziu Off the Wall, Thriller, Dangerous e revolucionou tudo que sabemos de música pop, de videoclipes.
Por essas e outras que sinto tudo isso por Michael. E não consigo me explicar e me expressar direito pra falar dele e acho estranho essa coisa de ficar mal pelo cara ter morrido, sendo ele apenas um artista. O artista.
No dia 25 de junho de 2009 aconteceu o 11 de setembro da indústria cultural, como sabiamente disse @pablomiyazawa. Chegamos a um novo tempo.
Continue lendo >>