Segue a chance de conhecer uma nova banda do meio independente brasileiro, com direito a entrevista exclusiva com a Fernanda Popsonic!
Um menino, uma menina, um computador. Essa é a formação da banda Lucy and the Popsonics, uma das novidades do cenário independente brasileiro. A banda tem algumas características peculiares, como um cd curto, músicas minimalistas e até mesmo referências históricas.
Pil e Fernanda Popsonic, um casal apaixonado mais sua bateria eletrônica sentimentalista chamada Lucy, são os responsáveis por essa fábula musical sentimentalista. Eles são assim por terem sido abduzidos (eles juram que é verdade) pelos eletropandas, pequenos seres dengosos e de fofura sem igual.
O primeiro trabalho da Lucy “foi gravado com músicas que nós já tínhamos. Nós não pensamos em nenhum conceito na produção das músicas e ainda tiramos algumas que não gostávamos e não tínhamos o interesse de gravar”, declara Fernanda. O cd tem apenas vinte e dois minutos, oito músicas que representam a lei do mínimo esforço, onde o cd é o próprio DJ. Mas todas são muito significativas, representando o melhor do som eletro, rock e college com composições que falam de gatinhos, tomagoshis, Coldplay, bossa nova, Lord Byron e até a usina de Chernobyl. Sobre as letras do cd Fernanda fala que não acha que “nossas letras sejam poéticas, acho que elas são sonoras. Fazemos como se fosse um trabalho dadaísta, saca?”
Fernanda Popsonic fala também que A Fábula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas surgiu num tempo em que a banda estava “naquela onda de internet ainda e tínhamos a necessidade de um disco então, saiu no formato que na época cabia para a gente. Rápido, fácil e ponto”.
O modo de fazer o som eletropanda está totalmente ligado as letras da banda: “Nós fazemos primeiro a bateria e depois colocamos os instrumentos e do som que tiramos encaixamos palavras que não necessariamente tem algum sentido. Não é regra. Algumas tem sentido e vc consegue entender se prestar bem atenção. Outras são descaradamente non-sense!”
French Cowboy Tour
A banda é de Brasília, mas já virou produto de exportação da cultura brasileira, com uma turnê em março e abril de 2008, a French Cowboy Tour com shows nos EUA, Alemanha, Espanha e França. Por essas apresentações “tem gente que acha que estamos mais famosos fora”, diz Fernanda.
A possibilidade da turnê aconteceu da seguinte forma: “A Monstro (Monstro Discos, gravadora da Lucy) enviou nosso material para o SXSW (um dos festivais da turnê) e eles fizeram nossa inscrição. Nós fomos selecionados e tentamos por um mês algum apoio ou patrocínio. Não rolou e por isso corremos atrás de fazer uma tour que bancasse nossos custos. Aconteceu assim e funcionou. Agora tomara que dê tudo certo, né?”
Além dos shows fora do Brasil, a banda já se apresentou em muitos dos mais importantes festivais de música independente brasileira. Incluindo nesses Bananada, REC Beat, Goiânia Noise, Planeta Terra. ”Os festivais são a nossa oportunidade de estar em contato com novas bandas e até mesmo com algumas mais velhas e que fazem parte da nossa história de alguma forma. Recentemente, tivemos contato com o pessoal do Pato Fu e do Devo. Em outras situações isso não aconteceria normalmente”.
Fernanda fala sobre tocar os festivais brasileiros: “Tecnicamente, tocar em festival é melhor porque levamos equipe. Desde que isso começou a acontecer, não temos tido mais problemas no palco. Além de estarmos em contato com um público diferente e que poderia estar nos conhecendo melhor.” Mas em relação a aceitação do público dos festivais? “A aceitação do público depende do local, do festival e de várias outras variáveis que ninguém tem controle. Mas sempre tocar em festival é divertido”.
Na tela da TV
Esses festivais além de dar visibilidade pra banda no meio independente expande o alcance da Lucy pra grande mídia, como as aparições da banda na TV Globo, que sempre resultam em histórias interessantes: “isso aconteceu quando tínhamos dois meses de banda. Tocamos em um programa no DFTV que revelava novas bandas da cidade. Nós não nos vimos porque foi ao vivo. Também estávamos com as baterias dos celulares descarregadas. Então, lembro que no outro dia no meu celular tinha 30 ligações e as pessoas ligaram o dia todo. Lembro que a minha tia me ligou dizendo que eu estava metida e nem por celular conseguia mais falar comigo. Lembro também que o Pil foi em uma loja de construções no outro dia e o cara que o atendeu o reconheceu. A globo tem um poder fenomenal".
Mesmo não sendo conhecidos no grande mercado brasileiro Fernanda e Pil já passaram por alguns clichês de jornalistas, como a pergunta das influências da banda. Quantas vezes eles já responderam essa pergunta? “Umas milhares de vezes? A última vez que me perguntaram isso, eu fui a página da Trama Virtual copiei e colei na resposta. Daí a pessoa me respondeu que já tinha lido a resposta. Eu fiquei sem entender porque pergunta novamente. As vezes por inércia, né?”
Copiando e colando do site da Trama a resposta engloba não só a música, “Marilyn Monroe, The Kills, Peaches, Mike Allred, Kraftwerk, Sid Vicious, Jack Kerouac, Jonathan Ive, The Subways, Philip Kotler, Oscar Wilde, Sex Pistols, B 52’s, Tiger Force, Vive la Fête, Andy Warhol, Madonna, Ramones, Stereo Total, Bill Gates, Oscar Niemeyer, Björk”. Do gosto pessoal da Fernanda ela cita REM como “a minha melhor banda do mundo”. Além dela gostar “muito de ouvir B-52´s, Devo, New Order, Joy Division, The Kills, Stereo Total, Júlia Says, meu próprio disco, Garbage, Beck, Jesse Evans e várias outras coisas que não lembro agora”.
Vale lembrar que a French Cowboy Tour está acontecendo desde o dia 6 de março e vai até 5 de abril. Mais no www.myspace.com/lucyandthepopsonics
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